SAB, 19/03/2016 - 11:20
O país em sobressalto
Pessoas se reúnem diante do prédio onde vive Lula desde as 4 horas da manhã.
Será que podem ser chamados de loucos por pretenderem protestar contra uma eventual prisão do líder político mais importante do país.
Ou quem merece ser chamado assim é que não hesitar em praticar um ato destes contra alguém que até agora não teve contra si um crime concreto que tenha cometido no exercício do Governo e cuja nomeação como Ministro está sendo obstaculizada por uma mera suposição que tal prisão vá acontecer?
O Brasil está sendo governado, de fato, por um obscuro juiz de província, que não tem votos – talvez os pretenda ter – e que não obedece a nenhum controle legal ou administrativo.
E este governante ilegítimo, Sérgio Moro, mantém o país em sobressalto.
As pessoas estão amedrontadas ou agressivas .
Nem mesmo um espetáculo musical, como o de Belo Horizonte, pode-se dizer que vá correr em tranquilidade.
Luís Frenando Veríssimo, ontem, prevê que “ainda falta o morto” e já ninguém duvida que haverá, com as coisas seguindo assim.
A pequena parcela da mídia que não se engajou no processo enlouquecido de criminalização da esquerda, quase que restrita aos blogs, pouco descansa e dorme, como quem também tem o dever de permanecer em vigília.
Voltamos a viver o regime do medo, quando não se sabia se amanheceria com um camburão à porta para levar alguém por razões políticas, mal disfarçadas sob a alegação de alguma suspeita.
Ou se será agredido na rua, no restaurante, num bar, numa calçada qualquer por alguém espumando de ódio.
O Governo da República está impedido de funcionar, pelas mais insólitas razões.
Há um processo de impeachment em curso sob o comando de um homem sobre o qual abundam as provas de corrupção e posse de recursos ilegais no exterior.
O ministro da Justiça é atacado porque diz, numa entrevista, que fará cumprir a lei e afastar policiais que a violam, fazendo vazamentos ilegais e criminoso.
A presidente da república não pode nomear um coordenador político que, goste-se ou não dele, tem mais que reconhecida capacidade para essa função.
Nada de paz , apenas a paralisia do medo .
Por conta de um monomaníaco descontrolado, a quem a mídia coroou como rei do Brasil e único homem honesto sobre a face da Terra.
Estamos assim e o Supremo, ainda o único poder capaz de dar equilíbrio e deter um espasmo ditatorial que faz do Judiciário sua arma de assalto ao poder, vai emendar o feriadão?
Leonardo Sakamoto
Pelo menos dois grupos dividiam o mesmo espaço na manifestação, nesta sexta (18), na avenida Paulista, em São Paulo: os que apoiavam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores. E aqueles que não os apoiavam ou, pelo contrário, são críticos a eles, mas acreditam que tanto o impeachment quanto uma prisão de Lula não se sustentam com os elementos postos à mesa e significam uma esvaziamento das instituições democráticas.
Contudo, chamou a atenção os comentários de alívio entre os presentes que se consideram ideologicamente à esquerda ao constatarem, através dos milhares que estavam na Paulista, que não estavam sozinhos.
O Datafolha cravou 95 mil pessoas e os organizadores 500 mil mas, claro, nem todos que lá estavam se consideram à esquerda no espectro político. Aliás, se o próprio PT fosse capaz de uma autocrítica real, também não se consideraria mais um partido de esquerda.
“Eu estava com medo de usar vermelho.'' Uma estudante brincou com a colega, pois ambas vestiam camisetas dessa cor. Um rapaz comentou com seu amigo que “finalmente, podia usar um boné vermelho de um movimento social sem o risco de apanhar. Referiam-se às histórias que circularam nas redes sociais e na imprensa nos últimos tempos, de pessoas que foram assediadas ou espancadas por usarem a cor “errada'' para estes tempos.
LEIA MAIS »"Uma flor nasceu na rua! Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio", por Drummond
SAB, 19/03/2016 - 10:47
A Flor e a Náusea
Carlos Drummond de Andrade
.
Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias , mercadorias , espreitam -me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso , sem armas , revoltar -me?
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Olhos sujos no relógio da torre :
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempopobre , o poeta pobre
fundem -se no mesmo impasse.
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Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
Ascoisas . Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.LEIA MAIS »
Carlos Drummond de Andrade
.
Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta.
Devo seguir até o enjôo?
.
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo
.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As
A falta de bom senso do Datafolha
SAB, 19/03/2016 - 10:46
Atualização às 10h45, com foto das duas manifestações num mesmo ângulo
A estimativa de público de 90 mil pessoas na Paulista ontem, pelo DataFolha, infelizmente destrói a reputação do instituto.
Veja a passeata de domingo - com 500 mil pessoas, segundo o Datafolha
E aqui a foto da manifestação de ontem que reuniu, segundo o DataFolha, apenas 90 mil pessoas.
Para que a conta do DataFolha fosse correta, nesse mesmo espaço precisariam caber 5 vezes a multidão que lá se concentrou.
Tente imaginar uma quantidade 5 vezes maior nesse espaço. Seria o primeiro caso de manifestantes em trës andares.
A oposição não são refugiados, mas mesmo assim, reclam, e muito.
RAFAEL CORREA: AMÉRICA DO SUL ESTÁ SOB AMEAÇA DE NOVO PLANO CONDOR
Milhares de manifestantes protestam pela democracia, a favor do mandato da presidente Dilma Rousseff e em apoio ao ex-presidente Lula em diversas cidades do país; na Avenida Paulista, em São Paulo, manifestantes empunham bandeiras do PT e movimentos sociais no vão-livre do Masp; três carros de som estão nas proximidades; no Rio, manifestantes pedem a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara; ao todo, há protestos contra o impeachment em 22 estados, reunindo até agora 250 mil pessoas, segundo os organizadores; presença de Lula é esperada na capital paulista; o que mais se ouve nas manifestações é: "não vai ter golpe, não vai ter golpe"
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